Casos de Sucesso de Igrejas em Célula -Parte 4

2.1   Casos de sucesso na igreja moderna

Células - Parte 1    Comente sobre sua experiência com pequenos grupos e ajude pessoas.

Se cada cristão levar uma pessoa para Cristo por ano, uma igreja que iniciou os cultos com o pastor, sua esposa e dois filhos, ao final de uma década teria mais de dois mil membros. Há milhares de igrejas com mais de dez anos, mas uma minoria delas com mais de 2.000 membros. O pastor Stockstill diz que descobriu um fenômeno muito interessante, quando resolveu fazer um levantamento no rol de membros de sua igreja:
Examinando nossos registros, constatamos que, entre 1990 e 1992, a igreja não havia crescido realmente. (É verdade que mensalmente cerca de cinquenta famílias vinham para nossa congregação, como que “pela porta da frente”. Contudo, obviamente, um número igual saía, “pela porta dos fundos”.). (2000, p.24).
O que esse pastor está dizendo é que há conversões sinceras, mas que logo perdem a aderência ao corpo de Cristo, criando uma espécie de “dança das cadeiras na igreja”. Do outro lado, a lista de igrejas que utilizam o método de pequenos grupos e que tiveram um crescimento acima da média e sustentável é enorme, mas vamos nos concentrar nas igrejas que se destacaram em seus países. Stockstill (2000, p.110), cita que em Jos, Nigéria, Maiwa’azi Dan Daura “[...] iniciou seu ministério com sete homens que ele mesmo discipulou”, e após duas décadas, eles já fundaram mais de 1200 igrejas na Nigéria. Em Bogotá, Colômbia, no ano de 1983 os Castellanos “[...] deram início a uma pequena igreja”, poucos anos depois o ministro dos jovens, Cesar Fajardo começou um grupo semelhante ao trabalho nigeriano, e em 1998 já contavam com mais 14.000 grupos.
As células precisam de líderes e estes necessitam de um lugar para exercer seu ministério. Em Jos, esse lugar são novas igrejas; em Bogotá, são outras células. Compreendendo esse conceito, nossa igreja atingiu um “estágio mais avançado” no processo de multiplicação. (STOCKSTILL, 2000, p.111).


Em Santarém, Pará, o Pastor Abe Huber iniciou seu ministério com poucas pessoas, sua meta inicial era ganhar 250 pessoas para Jesus. Em 2005 contava com 20.000 pessoas. Em 2011, seis anos depois, contava com mais de 6.000 células e um total de membros superior a 55.000 pessoas só na igreja de Santarém, e o mesmo fenômeno foi reproduzido em Fortaleza-CE, com cinco anos o Pastor Abe Huber e sua equipe de 100 líderes fundaram 32 igrejas no Ceará, Huber (2011).
Na cidade de Houston, Texas o Dr. Neighbour Jr. lançou-se em um tipo diferente de igreja, após fracassar na tentativa de mudar as “velhas estruturas” denominacionais, e atualmente é um líder reconhecido mundialmente na transição de igrejas tradicionais para o modelo de pequenos grupos. Outro entusiasta americano do trabalho em pequenos grupos, o Dr. Comiskey, assistiu uma palestra do Dr. Yonggi Cho, e ao voltar para sua igreja fez a multiplicação em quatro pequenos grupos, que logo viraram oito, dezesseis e assim por diante. Como já citamos, o Dr. Yonggi Cho é um referencial mundial no trabalho da igreja em pequenos grupos, já em 1984, sua igreja possuía mais de 20.000 células e aproximadamente 500.000 membros efetivos, segundo Carvalho (2010, p.72-74 passim).
Depois do movimento metodista, que no século XXVll estabeleceu-se através de John Wesley em pequenos grupos chamados de classe, Dr. Paul Yonggi Cho constituiu-se um dos pioneiros a estruturar a sua igreja em grupos celulares, ou seja, pequenos grupos. (CARVALHO, 2010, p.71).
Outro ponto extremamente importante que todos esses líderes apontam para que o trabalho com pequenos grupos cresça é a formação e desenvolvimento de liderança, a prática do discipulado para que haja transformação de vida. Para Carvalho (2010, p.76) “[...] células nos lares não são mais um modismo da igreja, mas de fato um princípio universal para o seu crescimento”.
Hoje, as duas maiores igrejas Presbiterianas do mundo, juntamente com a maior Congregação Metodista do mundo, são igrejas em células na cidade de Seul, além de outra da Assembleia de Deus e uma Batista, todas próximo dos 100.000 membros. (CARVALHO, 2010, p.90).
Carvalho (2010) afirma que até na China a igreja está crescendo através de pequenos grupos, inclusive pela perseguição ao evangelho, a estratégia de reuniões familiares está “[...] subsistindo na marginalidade política e social”.
Huber (2011, p.49), diz que uma das primeiras decisões que o pastor e a igreja deverão tomar é se a igreja será estruturada em células ou será uma igreja de departamentos com células, sentenciando que as igrejas nas casas devem ter prioridade sobre as programações da congregação. Essa decisão dará a direção para toda a liderança, segundo Carvalho (2010, p.58), pois, quando a igreja estruturada em departamentos decide ter células, essas passam a ser “[...] mais um programa, como uma atividade interessante para incentivar o evangelismo e dar funções e cargos às pessoas”, não dando prioridade para o núcleo vivo do corpo. Para Stockstill (2000, p.17-24 passim) “[...] o esquema tradicional das igrejas, centralizado num ministério, e baseado em departamentos, não tem condições de comportar o avivamento que está para acontecer”. Relatando que quando iniciou o trabalho com células em sua igreja, planejou como “meta principal” enviar todos os novos convertidos e visitantes para as células, que chamou de “ministério nos lares”, com vistas à atender parte da igreja que desejava mais comunhão, mas “[...] seis meses depois, os cinquenta e quatro grupos tinham dobrado – eram, agora, cento e oito [...] com essa nova estrutura, havíamos fechado a “porta dos fundos” da igreja”.
A igreja tem de se preparar para o avivamento. Precisamos elaborar uma estrutura adequada para realizarmos o evangelismo, o cuidado pastoral e o treinamento de líderes. E entendemos que o método mais simples e mais flexível é o sistema de células. (STOCKSTILL, 2000, p.26).
Para Huber (2011) os ministros são chamados para preparar “[...] os santos para que os santos possam ganhar vidas e cuidar bem delas”, salientando que independente do cargo que cada um ocupa na igreja, todos somos ovelhas do Pastor Jesus Cristo e que a função “[...] do presbitério, dos apóstolos, profetas e evangelistas, pastores e mestres não é o de fazer o ministério, mas sim o de equipar a igreja para que todos os santos façam o ministério” dividindo as cargas e aproximando as pessoas.
Segundo Moggi (2001) uma das premissas básicas do trabalho celular é harmonizar as relações e garantir o “[...] contato face a face entre as pessoas”, quebrando barreiras.
A implantação do modelo celular exige que se assumam alguns princípios que darão condições de operar em células. Para começar, é imprescindível entender a mudança como um processo natural, tendo persistência, paciência e sabendo correr riscos. (2001, p.93).
Quando o Apóstolo Paulo disse que somos o corpo de Cristo (1 Co 12.27), “[...] ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular”, ele não necessariamente falava do trabalho com células, pois a célula só foi descoberta no século XVll pelo biólogo Robert Hooke. Paulo falava dos membros, das partes. Segundo Moggi (2001, p.41) “[...] o menor elemento de um ser vivo”, destacando que o modelo celular não tem receita pronta, mas sofre mudanças para se adaptar ao meio e vencê-lo.
Em 1 Coríntios 12, vemos que a igreja, assim como o organismo humano, é constituída de membros que receberam dons para exercer funções essenciais e distintas neste corpo místico, sob comando do Cabeça, Cristo. [...] O apóstolo também esclarece a razão desses ministérios e dons: a edificação e o aperfeiçoamento dos santos. (MALAFAIA, 2008, p.12).
O modelo celular também traz vantagens, pois cria condições para que elas (as pessoas)¹ possam desenvolver e aplicar novas habilidades e talentos. Suas potencialidades são mais aproveitadas, e elas são envolvidas nas decisões, objetivos e metas de suas áreas de atuação. (MOGGI, 2001, p.43).
Carvalho pontua que “[...] a falta de crescimento indica que alguma coisa está errada e necessita de correção”, o corpo humano só para de reproduzir células quando morre, e na igreja primitiva, segundo Atos (2.47) “[...] todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar” imprimindo crescimento constante à igreja.
Os pequenos grupos, por vezes, podem tomar uma direção errada, isso acontece no corpo humano, ser acometido de câncer, Moggi (2001, p.45) diz que o “câncer organizacional” ocorre “[...] quando uma célula começa a se reproduzir descontroladamente, gerando tumores e metástases por todo o organismo até levá-lo à morte”. Destacando que “[...] esse descontrole ocorre devido a uma falha no núcleo da célula, no DNA e ela passa a agir como se tivesse perdido sua orientação básica ou, simbolicamente, sua missão e seus valores.”
Para que isso não ocorra, a liderança deve desenvolver líderes responsáveis e que consigam prestar contas dos grupos sob seu comando. No corpo humano, todos os comandos partem do cérebro, na igreja o Cabeça é Cristo, logo abaixo vem o pastor. Para Lima (2016, p.26-32 passim) aquele que vai supervisionar células terá doze obrigações principais, que são:
·        Estabelecer uma reunião semanal – Verificando o andamento e as condições de cada célula, discipular os líderes das células;
·        Estabelecer uma escala de visitas às células – Percorrendo de maneira igualitária todas as células sob seus cuidados, garantindo o padrão pastoral;
·        Estabelecer metas para as células – Metas de oração, de evangelismo, multiplicação do grupo, conversão, consolidação e batismo;
·        Participar de reuniões com seus líderes – Ser discipulado pela sua liderança trará experiência para fazer um trabalho melhor;
·        Gerar novos supervisores – A igreja só cresce se houver pessoas capacitadas para assumir novas funções de liderança;
·        Entregar os relatórios – Prestação de contas é básico para aqueles que desejam trabalhar na liderança, principalmente da igreja;
·        Verificar a consolidação de novos convertidos – Visitando os novos convertidos e averiguar se a consolidação está acontecendo de maneira adequada;
·        Acompanhar o crescimento das células – Acompanhar de perto cada um de seus líderes de células, focando nos discípulos;
·        Vistoriar a participação dos líderes nos trabalhos da igreja – Ficar atento se a liderança e os membros das células estão efetivamente participando regularmente das reuniões, cursos, treinamentos e dos cultos de celebração;
·        Dízimos e ofertas – Escolher para liderar células pessoas que se comprometem espiritual e financeiramente com a causa de Jesus Cristo;
·        Compartilhar a visão – Incentivar seus líderes a compartilhar aquilo que Deus tem feito em sua vida;
·        Resolver problemas relativos às células – Estar capacitado para, com autoridade, resolver os problemas relativos às suas células, sob a orientação do pastor.
Moggi (2001, p.37), pontua que “[...] o que interessa é a sobrevivência do organismo, e não a de uma célula individual”, ou seja, não há ministério mais importante que a igreja, muito menos células ou grupos, todos devem trabalhar em prol do corpo de Cristo.


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KLAI FERREIRA

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