Células - Parte 2

                                     A TRANSIÇÃO DE UMA IGREJA:
              ESTRUTURA TRADICIONAL x MODELO DE PEQUENOS GRUPOS

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1.1  Tentativa e erro

Segundo o pastor Larry Stockstill (2000), na transição do modelo tradicional da igreja baseada em departamentos para a igreja em células as vitórias obtidas “[...] foram resultados da aplicação do método de “ensaio e erro””, mas não precisa ser assim, já que temos o conhecimento disponível.
Com a sabedoria se edifica a casa, e com a inteligência ela se firma; e pelo conhecimento se encherão as câmaras de todas as substâncias preciosas e deleitáveis. Um varão sábio é forte, e o varão de conhecimento consolida a força. Provérbios 24. 3-5:
Não precisamos passar pelo estágio da tentativa e erro, criando caos na igreja e dividindo o Corpo de Cristo, o conhecimento está disponível, basta que tomemos posse dele e coloquemos em prática o conceito de igreja em pequenos grupos, refletindo biblicamente e em oração, se essa ferramenta é eficaz para fechar a porta dos fundos da igreja, como disse o pastor Abe Huber (2011), “[...] as igrejas têm se tornado verdadeiras rodoviárias, onde a pessoa entra e sai. A porta dos fundos, muitas vezes, é maior do que a porta da frente. Mas Deus não quer isso”. Segundo Argenildo Carvalho (2010), o reformador protestante Martinho Lutero já trabalhava com pequenos grupos, e dizia que eles teriam a capacidade de fortalecer relacionamentos e criar vínculo entre a igreja e as pessoas. Reforçando pesquisas da Pew Research Center (2016) que apontam que 45% das pessoas estão na igreja devido aos relacionamentos com amigos e familiares, para Abe Huber (2011) “[...] se tirar a palavra “relacionamento” do cristianismo não sobra nada”. Ainda, segundo a pesquisa, os fatores sociais, somados à superficialidade são as principais causas de abandono da congregação.

Ao identificar o potencial do trabalho com pequenos grupos para fortalecer e aprofundar os relacionamentos (cristão x cristão & cristão x Cristo), desenvolvendo a liderança cristãs e atrair pessoas que não são frequentadores de igrejas e vislumbrando a necessidade de contribuir com as igrejas e grupos cristãos que desejam trabalhar na visão celular, esse modelo de estrutura eclesiástica assume, de forma literal, as palavras do Apóstolo Paulo quando aos coríntios diz: “vós sois o corpo de Cristo” e o corpo humano é composto por aproximadamente 100 trilhões de células, segundo Moggi, que disse.
Pela definição fisiológica, célula é a menor unidade de todo ser vivo, encarregada do desempenho de várias atividades necessárias à vida do organismo. [...] Agrupando-se com outras semelhantes, vai constituir um tecido que, unido a outros tecidos, forma órgãos. (2001, p.39).
Para Neves (2015) o corpo humano, nada mais é do que a unidade de todas as células, que formam os tecidos, e esses se juntam para formar órgãos, que em conjunto constituem os sistemas e a união de cada uma dessas partes forma o corpo. No Corpo de Cristo – A igreja celestial, sem placa denominacional – não é diferente, desde que estejam em unidade de espírito, pois como escreveu o Apóstolo Paulo na Carta aos Efésios (2-4 passim) “[...] há um só corpo e um só espírito”, e “[...] assim, nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros”. Identificando o trabalho específico dos ministérios da igreja, o Apóstolo diz:
E ele mesmo (Jesus)¹ deu uns para apóstolos (enviados extraordinário)², e outros para profetas (porta voz de Deus)², e outros para evangelistas (mensageiro de boas novas)², e outros para pastores (homem que apascenta as ovelhas)² e doutores (mestre distinto)², querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério (ofício, cargo, função)², para edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguem à unidade da fé e ao conhecimento do filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo. Efésios 4.11-13.
Não deixando margem para questionamentos, o ministro (aquele que está incumbido de uma função)² é responsável pelo aperfeiçoamento (último demão, retoque)² dos cristão, preparando-os para exercer funções e serviço na construção (edificação) do corpo de Cristo, “até que todos cheguem à unidade”, ou seja, não somos unidos por ser crentes, mas a unidade é construída, e isso não se faz sem discipulado e relacionamento profundo, coisa impossível de acontecer em qualquer igreja ou grupo com mais de 30 pessoas, e não é só no meio cristão, times de futebol erram quando “incham” seus elencos, não conseguem a unidade necessária, e mesmo investindo milhões, ficam pelo caminho.
O próprio Jesus Cristo escolheu para Si um grupo pequeno (Lucas 6), muitas vezes seguido pela multidão, mas os ensinamentos eram só para os discípulos (João 6), as explicações das parábolas eram apenas para os discípulos (Mateus 13), as revelações eram só para os discípulos (Mateus 16), e os relacionamentos mais profundos com um grupo menor ainda, Pedro +3, Tiago +3 e João +3 (Mateus 26). Hipoteticamente, Jesus discipulava Pedros (que discipulava mais 3); João (que também discipulava 3) e Tiago (que tinha 3 discípulos);
Se vamos seguir Jesus, por que não imitar seu modelo de equipe, de discipulado e de relacionamentos? Parece incoerente dizer que seguimos a Cristo, se fazemos tudo diferente do que ele fez.

Na parte 3 vamos buscar as respostas para a pergunta mais importe do estudo:

2     PEQUENOS GRUPOS, É BÍBLICO?

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