Crianças e seus cuidados (Parte 4)
Teóricos da psicopedagogia evidenciam que o meio molda a criança, daí a
necessidade de conhecê-lo profundamente, antes de inserir o pequeno neste
ambiente, segundo Wallon (1975a, p.167 apud Amaral, 2008, p. 53): “Os meios
onde a criança vive e os que ambiciona são o molde que dá cunho à essa pessoa.
O meio de que depende começa certamente por dirigir suas condutas, e o hábito
precede a escolha”. Para Piaget (1967), a criança centraliza tudo em si mesmo
(pensamento egoísta), sem se dar conta, sente-se “inferior ao adulto e aos mais
velhos que imita”.
Leia aqui: Crianças e seus cuidados - Parte 3
O psicólogo suíço destaca que “os três fatores clássicos do desenvolvimento são a hereditariedade, o meio físico e o meio social” e que “não há ação do meio que não vá se inserir nas estruturas internas”.
Leia aqui: Crianças e seus cuidados - Parte 3
O psicólogo suíço destaca que “os três fatores clássicos do desenvolvimento são a hereditariedade, o meio físico e o meio social” e que “não há ação do meio que não vá se inserir nas estruturas internas”.
“Levando-se em conta, então, esta interação fundamental entre
fatores internos e externos, toda conduta é uma assimilação do dado a esquemas
anteriores (assimilações a esquemas hereditários em graus diversos de profundidade)
e toda conduta é, ao mesmo tempo, acomodação destes esquemas à situação atual”
(PIAGET, 1967, p. 95).
Mil anos antes de Cristo, o salmista e rei Davi filho de Jessé, escreveu: "Mais que felizes são aqueles que não se assentam na roda dos escarnecedores", Salmo 1:2. Salomão seu filho e sucessor, escreveu: "O simples dá crédito a cada palavra, mas o prudente atenta para os seus passos". Ambos falam da influência que o meio exerce sobre as pessoas, e não há ninguém mais simples que uma criança.
Segundo Almeida (2008, p. 82), o psicólogo e educador Henri Wallon (1879 - 1962) identificou apenas dois autores que conseguiram fazer a integração da teoria da inseparabilidade entre a criança e o meio, superando a atitude de oposição entre indivíduo e sociedade, sendo o educador belga Declory (1871 – 1932) e o soviético Makarenko (1888 – 1939). Vamos destacar três pontos mais relevantes, para esse trabalho de pesquisa, de cada autor.
Segundo Almeida (2008, p. 82), o psicólogo e educador Henri Wallon (1879 - 1962) identificou apenas dois autores que conseguiram fazer a integração da teoria da inseparabilidade entre a criança e o meio, superando a atitude de oposição entre indivíduo e sociedade, sendo o educador belga Declory (1871 – 1932) e o soviético Makarenko (1888 – 1939). Vamos destacar três pontos mais relevantes, para esse trabalho de pesquisa, de cada autor.
Declory utilizava os Centros de Interesse:
·
A classe é um
coletivo que existe em função das necessidades das crianças;
·
A pedagogia se
modifica e se renova a cada idade, e é fundada sobre as relações entre o
indivíduo e a realidade;
·
A criança deve
ser respeitada como ser total, concreto e ativo – Individual e social.
Marakenko acreditava que:
·
A
personalidade é resultante da interação com o meio social, devendo ser
desenvolvida nele;
·
A socialização
deve ser realizada em comunidades pequenas, grupos menores e intermediários são
importantes para a criança;
·
Não se chega à
disciplina por meio da pregação; Carece de sentimentos, a carga emotiva é essencial.
Para Wallon (1968: p.11 apud ALMEIDA, 2008, p. 77): “A criança não sabe
senão viver sua infância. [...] Mas o que é que vai prevalecer nesse
conhecimento: o ponto de vista do adulto ou o da criança?”.
“O professor não pode esquecer sua função no
grupo, como coordenador: é aquele que observa os processos grupais e intervém,
apoiando e dando ao grupo condições de achar seu caminho. Seu objetivo não é só
trazer um conhecimento novo, mas ver como o processo de aprendizagem se
desenvolve no grupo: aprendizagem de conceitos, de fatos, de valores e de
comportamentos” (ALMEIDA, 2008, p. 80).
Para SILVA (1998, p. 227) as classes infantis religiosas devem ser
classificadas para crianças da seguinte maneira:
·
Berçário e
Jardim (1 – 5 anos)
Discriminando que são egoístas, teimosas, mas
ao mesmo tempo afetuosas, gostam de músicas e de canto.
“Sua tendência para imitar os outros influi no caráter, assim
como a curiosidade influi no conhecimento. Essa é a época áurea da formação dos
hábitos [...] a vida é uma série de hábitos bons ou maus. Os que moldarão a
vida são formados na primeira infância, precisamente até os 4 anos. Toda
construção começa pelo alicerce, e aqui temos o alicerce da vida” (SILVA, 1998,
p. 229).
·
Primário (6 –
8 anos)
Registrando que nessa fase a criança é muito
sensível, ficando magoada com facilidade, mas que não guarda rancor. Continua a
imitar, porém agora dramatiza mais. Gosta do grupo, aborrecendo qualquer
associação com o sexo oposto. Silva (1998, p. 230) sinaliza que nessa fase “os
hábitos estão se formando, para o bem ou para o mal. Que responsabilidade tem o
professor aqui!”.
·
Juniores (9 –
11 anos)
Com essa idade, os jovens tem grande interesse
em se associar à outros, com sentimento de lealdade muito forte, exigindo
grandemente a simpatia alheia e a necessidade de orientação, porém não devemos
sufocar os pensamento do jovem; tem plena consciência do sexo, mas a atividade
está adormecida. E aconselha Silva (1998, p. 232) “esta é a idade ideal para
orientação sexual, que deve ser ministrada pelos pais”.
·
Intermediários
(12 – 14 anos)
Agora acontece um aumento do desejo de grupo e
sentem falta de companhia, além de um forte impulso de independência. Detestam
a rotina, escolhendo emoções intensas. Para os pais, Silva (1998, p. 236) deixa
um alerta: “O sentimento de justiça é muito forte, o que exige cuidado dos pais
quanto a aplicação de disciplina”.
Para Piaget (1967, p. 118) a ação
modifica os objetos e essas transformações também são objeto de conhecimento,
citando K. Marx, diz que “o homem age sobre a natureza, com o objetivo de
produzir, estando ao mesmo tempo condicionado pelas leis da natureza” e que só
é possível conhecer o objeto agindo sobre ele, transformando-o, enquanto
constrói o próprio aprendizado, e experiências individuais e coletivas.
Parte 2 disponível em: https://lidermatuto.blogspot.com.br/2018/03/criancas-e-seus-cuidados-parte-2.html?m=1
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